E árvores foram derrubadas, caindo, abaixo de sol, de chuva, somente indo e indo. Processo acelerado, acabando apenas mais, tudo outra vez. O céu pode estar nebuloso, ou ardente como fogo, a terra pode estar com cheirinho de chuva por semanas, ou queimando nossos pés, a piedade continua nula, quanto à vegetação, quanto à imensidão, quanto à nós.
Pensando, se é que isto é possível fazer, tento absorver estas imagens e descobrir se não é exatamente isso que acontece dentro de mim. Se realmente não levo cortes em meu tronco com machados fervorosos todos os dias, independente de como quer que esteja a paisagem, ou a felicidade, nada disso há importância para os outros, só tento ver se não é isso que acaba enlouquecendo meu pensar de quando em vez, mais um pouquinho.
Dias se vão, uns chuvosos, noutros calorosos, eu me mantenho aqui, imóvel, assim como as arvores. Não tenho proteção, as feridas são grandes e devastam o meu eu. Aguardo ansiosa cada novo dia, cada novo momento pra ser lembrando, cada motivação pra ser vivida.
Vezes outras, tenho vários motivos para me manter de pé, firme, porém o cérebro viaja dentre algo que nem eu sabia conhecer. Ele pode ter mais em si do que eu mesma poderia esperar, pois não é por mim, e sim por outros, aqueles mesmos que vem a todo momento, com o que tem dentro de si, e querem passar a mim. Tenho lembranças de momentos de aprendizado, outras de bucolismo, não sei qual seguir de imediato, porém vejo os de fora me apunhalando enquanto isso.
Mente confusa é esta a minha, olho ao meu redor e não encontro motivos pra seguir em frente. Com o tempo percebo que a vida é um grande trajeto pra ser vivido e nada a mais. Mas eu, uma menina guerreira, quero deixar a minha marca gravada em cada tronco dessa árvore, quero ser lembrada. Procuro a motivação e não me canso de lutar, não mesmo. Afinal o que seria de nós sem um objetivo pra ser alcançado?
Enquanto ainda estou dando passos para isto, levo as pancadas junto com desaforos para o melhor, e o desmatamento que há em minha mente, vira um desmatamente fazendo-me calejar e assim, sorrir. -Gabriela Andrade e Tainá Andrade.