domingo, 22 de abril de 2012

Desmata(mente)


E árvores foram derrubadas, caindo, abaixo de sol, de chuva, somente indo e indo. Processo acelerado, acabando apenas mais, tudo outra vez. O céu pode estar nebuloso, ou ardente como fogo, a terra pode estar com cheirinho de chuva por semanas, ou queimando nossos pés, a piedade continua nula, quanto à vegetação, quanto à imensidão, quanto à nós.
Pensando, se é que isto é possível fazer, tento absorver estas imagens e descobrir se não é exatamente isso que acontece dentro de mim. Se realmente não levo cortes em meu tronco com machados fervorosos todos os dias, independente de como quer que esteja a paisagem, ou a felicidade, nada disso há importância para os outros, só tento ver se não é isso que acaba enlouquecendo meu pensar de quando em vez, mais um pouquinho.
Dias se vão, uns chuvosos, noutros calorosos, eu me mantenho aqui, imóvel, assim como as arvores. Não tenho proteção, as feridas são grandes e devastam o meu eu.  Aguardo ansiosa cada novo dia, cada novo momento pra ser lembrando, cada motivação pra ser vivida.
Vezes outras, tenho vários motivos para me manter de pé, firme, porém o cérebro viaja dentre algo que nem eu sabia conhecer. Ele pode ter mais em si do que eu mesma poderia esperar, pois não é por mim, e sim por outros, aqueles mesmos que vem a todo momento, com o que tem dentro de si, e querem passar a mim. Tenho lembranças de momentos de aprendizado, outras de bucolismo, não sei qual seguir de imediato, porém vejo os de fora me apunhalando enquanto isso.
Mente confusa é esta a minha, olho ao meu redor e não encontro motivos pra seguir em frente. Com o tempo percebo que a vida é um grande trajeto pra ser vivido e nada a mais. Mas eu, uma menina guerreira, quero deixar a minha marca gravada em cada tronco dessa árvore, quero ser lembrada. Procuro a motivação e não me canso de lutar, não mesmo. Afinal o que seria de nós sem um objetivo pra ser alcançado?
Enquanto ainda estou dando passos para isto, levo as pancadas junto com desaforos para o melhor, e o desmatamento que há em minha mente, vira um desmatamente fazendo-me calejar e assim, sorrir. -Gabriela Andrade e Tainá Andrade.

sábado, 21 de abril de 2012

Hoje pela manhã.


    Hoje pela manhã, reparei que o Sol havia desaparecido da minha visão. Propus-me a procurá-lo em qualquer horizonte, em qualquer pedacinho azul do céu. Estava tudo nublado, tempo chuvoso aquele, o frio era meu único companheiro, o vento, meu grande inimigo; Tempestade avista orvalhos se decepando.
   Caminhei bastante, estava olhando pro céu cinza e gélido, perguntava-me onde poderia estar o pedacinho azul, o que eu tanto queria achar. Nas montanhas mais altas por onde passei me limitei a olhar pro chão. Cadê o Sol?- Aquele que me aquece todas as manhãs
   Sinto a falta do calor aqui, será que o Sol esqueceu-se de mim, ou eu o deixei esquecesse-se de me aquecer? Tranquei as janelas por dias, acho que ele se cansou de me procurar, mas eu, uma menina um tanto sonhadora, sonho com o Sol. 
   Como em um relapso de um piscar de olhos, o Sol se punha mais uma vez noutra manhã, e minhas janelas, estas estavam arreganhadas pra luz do Sol entrar. - Gabriela Andrade

sexta-feira, 13 de abril de 2012


Todos os dias ao acordar, Pedro sentia algo, que o lembrava cheiro de livro novo. Pedro amava ler, mas não era bem um livro que o fazia sorrir pela manhã.  Se bem que, tinha um nome, igual todos os outros, pra ser um pouco menos exata, vamos chamar este sentimento de “ela”. Ele acordava com um novo amor em coração todas as manhãs. Não, não pense que ele trocava de amor a cada dia, ele apenas renovava tudo aquilo que ele sentia por ela diariamente.
Todos os dias ao anoitecer Pedro tirava alguns preciosos minutos pra encontrar a sua amada, ela o dizia que já ia, e ele a dizia, já cheguei. Era estranho, mas mesmo que, Pedro estivesse triste e solitário – como de costume – ao ouvir cada palavra dela, ele sorria. Já me disse uma vez que também sentia vontade de dizer o quanto a amava, mas sempre lhe faltava palavras.
Antes de dormir, Pedro fazia dois desejos, “que ela seja feliz”, “que ela seja feliz ao meu lado”. Sua vida havia se tornado ela. E seu mundo não era o mesmo sem ter sua amada por perto. De vez em outra, o perguntavam o porquê logo ela, ele sempre tinha a resposta na ponta da língua:
- Por que não ela? – sorria.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Acorda e rema.


Acorda menina, esta tarde, o ponteiro mostra que são 8 da matina. Levante-se e vamos fugir daqui, não sei pra onde ainda, mas você se importa com isso? Prometo que daqui a algumas horas, ou dias, você estará de volta. Não precisa se arrumar toda, você é linda assim mesmo, seu jeito bastante largado me deixa feliz.
Hoje vamos pra outro lugar diferente de todos, pegaremos os skates e fugiremos pra outra dimensão. Foda-se a sociedade, estamos relembrando os velhos tempos, os tempos felizes, onde a manobra que acertávamos era mais um aplauso pra platéia. Onde a ferida causada pela queda de um de nós se tornava gargalhadas.
Acho que estou nostálgico demais pra lhe dizer isso, mas você me parece diferente, ou eu, ou todos nós. Quero que a nossa família volte a reviver os bons e velhos tempos. Quero voltar no tempo e reaproveitar cada segundo, quero voltar aos tempos de vagabundos.
Lembra do tempo das ladeiras? Lembra do tempo em que nosso foco era só nós? Lembra da vida boa que tínhamos quando um de nós ganhava míseros trocados, e nos pagava um refrigerante? Lembra da alegria de comprar um novo shape? Lembra de quando não nos importávamos com a opinião dos outros? Então, tenho medo que isso se torne apenas lembranças, e que nunca mais relembremos.
Estou aqui pequena, quando quiser vista-se da forma mais despojada que puder, pegue seu coração um tanto skatista ainda, e reme até a mim, pois eu te farei feliz.