quinta-feira, 18 de julho de 2013

Para Charlie

Querida amiga,
Ultimamente eu tenho pensado bastante em ti, de verdade. Não é aquele pensamento que vem durante o dia uma vez a cada três ou cinco horas, é aquele que vem durante o dia e permanece. Ok, você deve estar pensando e se perguntando nesse momento o porquê disso, e eu vou te dizer.
Hoje mesmo na escola eu li uma página de "As Vantagens de Ser Invisível" e pensei em ti, até porque é seu livro favorito, e você nunca escondeu isso de mim, pelo contrario. Fiquei pensando na sua mudança, desculpa tocar no assunto, eu sei que você só pensa nisso, mas eu sinceramente estou odiando a ideia de você indo pra outro país e me deixando aqui nesse "Brasilzão". Eu também sei que não deveria estar assim, e meu Deus, me desculpa por estar. Eu sei que a mudança vai ser ótima para você, mas é que eu imagino você fazendo novos amigos, indo a novos lugares, namorando um cara italiano ótimo fazedor de espaguete... Isso não é nada legal, sabia? Quer dizer, é legal te imaginar com um italiano, mas eu prefiro você com um inglês mesmo, brincadeira. O fato é que eu tenho medo de te ver partir pra bem mais longe do que já está de mim. Eu tenho medo de você andar pelo mundo e descobrir que existem coisas mais interessantes do que ficar na internet, conversando comigo, sério eu morro de medo. Não vai ser nada fácil ficar dois anos inteiros sabendo que uma das pessoas que mais amo está há milhares de quilômetros afastada de mim.
Ok, vamos esquecer isso por dois minutos. Agora que você esqueceu, queria que me imaginasse bem perto de ti, te abraçando com toda a forca possível e te desejando de coração mesmo a melhor viagem do mundo e os melhores dias da sua vida. Tem como imaginar? É porque eu realmente queria poder estar com você agora, queria mesmo...
Desculpa se às vezes eu não sou muito carinhosa com você, eu já te expliquei que não sou boa para lidar com isso. Mas isso não significa que eu não sinta um carinho por ti, eu sinto, sinto bastante... Pois bem, chega de embolar a carta, eu só te escrevi mesmo para que você lembre de mim, e lembre diariamente assim como eu lembro de ti.
Quando você estiver com o seu namorado italiano, eu quero que você leia essa carta pra ele - principalmente essa parte agora- pois quero que ele saiba que você é MINHA e ele nunca vai poder mudar isso, nem ele e nem ninguém, entendeu?
Não me deixa, ok? Eu realmente preciso de ti e você é de extremo valor para minha vida, você é necessária nela. É isso, necessária. Eu te amo bastante e eu não vou deixar ninguém foder com o seu coração. (Eu sei que esse final não fez muito sentido, mas você vai entender se realmente lembrar de mim)
Com amor,
Little prince

segunda-feira, 8 de julho de 2013

- A lua é mais do que uma simples bola de sorvete.

Nunca me disseram para observar a lua, tudo o que eu ouvi sobre ela eu resolvi guardar em um recipiente profundo de minha mente: O homem foi a lua, não existem habitantes lá. Para mim, uma lunática, nenhum homem sequer pisou nela, o que faz a segunda ideia ser descartada. Não existem possibilidades de provar a não existência de vida na Lua se você nunca foi até ela.
Quando observo a Lua, imagino o mundo, imagino quem eu sou e quem eu gostaria que fosse. Sei que isso não é a coisa mais normal de ser feita, e eu sinceramente sinto pena de quem não faz. Quando olhamos para a Lua, entramos em um universo altamente particular, um universo só nosso, e de mais duas (ou a quantidade que você quiser) de pessoas que vivem lá. O bom desse universo é que ele é só seu. 
Você pode imaginar a vida e o renascimento da paz por alguns segundos que você olha, ou você pode imaginar a morte e o seu descanso eterno no - tão aguardado - paraíso  Você imagina o que quer, e o que deseja para ti. Essa noite eu desejei o sorriso.
Ao olhar para a lua, a primeira sensação que eu tive foi de espanto, ela estava bela demais. Vi as fadas boas sobrevoando-a, vi as flores nascendo, as libélulas rejuvenescendo e os insetos indesejados morrendo. Então percebi que não estava só, o que foi bom.
Quando estou só, nada me impede de ser quem eu realmente sou na maioria das vezes, e isso é ruim.
Com a chegada da manhã, a melancolia me consumiu. Ousei a pensar na solidão. Queria alguém para a Lua eu poder observar, queria de verdade que todo o mundo observasse junto a mim como os vagalumes incendiavam de amor aquela bola de sorvete no céu.
Porém eu não tinha ninguém, só eu.
Chorei por saudade, chorei por necessidade, e chorei pela presença da falta.
Mas ao final do dia, a lua estava lá novamente. Ela brilhava como os vagalumes, ela cheirava a alecrim. Foi quando desacreditei na ciências  pois existem coisas que ela é incapaz de provar. 
E por um segundo, eu ousei provar da felicidade.