Nunca me disseram para observar a lua, tudo o que eu ouvi sobre ela eu resolvi guardar em um recipiente profundo de minha mente: O homem foi a lua, não existem habitantes lá. Para mim, uma lunática, nenhum homem sequer pisou nela, o que faz a segunda ideia ser descartada. Não existem possibilidades de provar a não existência de vida na Lua se você nunca foi até ela.
Quando observo a Lua, imagino o mundo, imagino quem eu sou e quem eu gostaria que fosse. Sei que isso não é a coisa mais normal de ser feita, e eu sinceramente sinto pena de quem não faz. Quando olhamos para a Lua, entramos em um universo altamente particular, um universo só nosso, e de mais duas (ou a quantidade que você quiser) de pessoas que vivem lá. O bom desse universo é que ele é só seu.
Você pode imaginar a vida e o renascimento da paz por alguns segundos que você olha, ou você pode imaginar a morte e o seu descanso eterno no - tão aguardado - paraíso Você imagina o que quer, e o que deseja para ti. Essa noite eu desejei o sorriso.
Ao olhar para a lua, a primeira sensação que eu tive foi de espanto, ela estava bela demais. Vi as fadas boas sobrevoando-a, vi as flores nascendo, as libélulas rejuvenescendo e os insetos indesejados morrendo. Então percebi que não estava só, o que foi bom.
Quando estou só, nada me impede de ser quem eu realmente sou na maioria das vezes, e isso é ruim.
Com a chegada da manhã, a melancolia me consumiu. Ousei a pensar na solidão. Queria alguém para a Lua eu poder observar, queria de verdade que todo o mundo observasse junto a mim como os vagalumes incendiavam de amor aquela bola de sorvete no céu.
Porém eu não tinha ninguém, só eu.
Chorei por saudade, chorei por necessidade, e chorei pela presença da falta.
Mas ao final do dia, a lua estava lá novamente. Ela brilhava como os vagalumes, ela cheirava a alecrim. Foi quando desacreditei na ciências pois existem coisas que ela é incapaz de provar.
E por um segundo, eu ousei provar da felicidade.
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