Zé caminha serelepe pela estrada de barro lá do sítio de Arthur, enquanto sofria os efeitos daquela tarde chuvosa. Seu pé já estava todinho sujo, e a batata da sua perna já estava com cor de ferrugem de tanta lama. Arthur, um senhor já de idade corria em desespero atrás de Zé:
- Volta aqui Zé, Maria esta em pranto! – repetia cada vez mais para Zé, queria porque queria ver Zé voltar para Maria.
- Eu não volto mais, cansei de amar por dois. Que se dane Maria! – nervoso aos berros Zé respondia
Zé se lembrava daquela manhã de domingo passado que Maria havia traído sua confiança. Tinha em mente todos os detalhes, todas as palavras ditas aos berros de Maria. Foi ao encontro dela com um ramo de flores, e com uma caixinha guardando uma aliança bem simplesinha com objetivo de pedir sua mão em casamento. Maria dizia que não daria nem seu pé para Zé.
- Não Arthur, eu não vou mais correr atrás do que eu sei que eu já perdi. – parou a caminhada furioso – Maria não me ama mais ela ama João.
- Ela tem medo Zé, por isso a confusão. Ela te ama, ama muito. – não foi muito convincente com seus argumentos.
- Então que me procure, e não procure João! – Zé um homem já formado, sem perceber estava chorando igual criança. Tentou disfarçar e virou o rosto tentando esconder o choro de Arthur.
- Esta chorando Zé? Se dói tanto por que não volta? –Arthur não controlou as risadas por ver seu amigo chorar – Não seja inseguro com si.
- Inseguro? – Desdenhou – Eu cansei! Cansei de correr atrás, cansei de amar por dois, como já havia dito. Maria não sente o mesmo por mim. Cansei de ser um boneco de manipulação - Respirou afobado como quem continuaria o assunto. – Eu não sei amar, é muita coisa para mim. Agora vou pegar aquela estrada – olhou atentamente em direção à linha do horizonte – E vou pra longe, nem sei onde. E não venha atrás Arthur.
- E Maria Zé? E Maria? – berrou tentando fazer Zé, que já estava longe, escutar.
- Maria? Maria que se dane!- sorriu – Se dane ela e João!
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