domingo, 6 de outubro de 2013
- 3h00
Algo me estremece, pulsa em minhas veias e bombeia o meu coração tentando dizer que eu devo parar, simplesmente parar, e temer. É assim que me sinto quando percebo que tudo ao meu redor muda, independente das minhas escolhas. As pessoas vão se afastando e são carregadas para longe feito pó, e tudo o que me restam delas é a pequena quantidade que eu devo varrer até as minhas mãos se calejarem. E todo trabalho de varrer ter parecido feito em vão, porque sempre vai ter algo ali, - quem sabe até mesmo uma pequena partícula atômica - pra lembrar que um dia elas -as pessoas- também estiveram lá, ao meu lado.
E na memória tudo se multiplica por mil vezes mais, pois não tem como varrer a mente e simplesmente me esquecer. Isso deve ser feito naturalmente, e as coisas naturais são demoradas demais. Na calada da noite, os sentimentos se reviram em meu estomago: amor, ciumes, ódio, medo e solidão. É tudo tão incerto e paranoico demais: "será que ela liga?", "será que devo amá-lo?" e o que tenho como resposta são os ecos que a minha tão suja e nefasta mente produz.
"Hei de ser feliz" penso em dizer, mas as palavras não saem, parecem erradas e vagas, proporcionam-me medo e um arrepio na espinha, eu não posso dizer isso.
É tudo tão abrangente e com tão pouco espaço,
tão infinito e tão curto período.
A lucidez parece escorrer pelas mãos já arranhadas e molhadas de suor, eu não consigo simplesmente agarrá-la, seria como se a ordem natural fosse quebrada: você se descontrola e se reativa novamente. É assim. Sempre foi.
Isso me assombra e o que eu quero é gritar pedindo socorro, mas decido que não o farei. Não adianta. Então eu sei que no fundo eu estou só, sei que não há ninguém por mim. Absolutamente ninguém. Não pode ter.
"Como pode haver alguém se não cabe nem metade de si em ti mesma?", é a ultima coisa que me permito pensar.
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